INFECÇÃO URINÁRIA NA MULHER
Infecção Urinária na Mulher
Infecção do trato urinário feminino simples é definida por infecção da bexiga em pacientes com trato gênito-urinário anatómica e funcionalmente normais. A infecção urinária do trato urinário inferior é a principal causa de infecção bacteriana em mulheres.
As infecções do trato urinário em mulheres são bastante prevalentes. Estima-se que ao menos 60% das mulheres têm pelo menos um episódio de infecção do trato urinário durante a vida, e que 10% das mulheres apresentam infecção urinária anualmente, sendo que 44% apresentam recorrência da infecção no primeiro ano após o primeiro episódio.
As infecções urinárias são causadas principalmente por bactérias que habitam o reto e a região perianal. Em 80 a 85% dos casos, Escherichia coli é a bactéria responsável pela infecção, seguida pelo Staphylococcus saprophyticus. As infecções surgem em geral após colonização da vagina e região periuretral, muitas vezes associada a substituição dos lactobacilos responsáveis pela manutenção do meio ácido vaginal.
A apresentação clínica das infecções não complicadas ocorre através de sintomas como disúria (ardência ao urinar), urgência e frequência; dor suprapúbica, urina com odor forte e aspecto turvo, além de lombalgia também podem estar presentes. A confirmação diagnóstica se dá pelo isolamento do patógeno em cultura de urina, o que também fornece o perfil de sensibilidade da bactéria aos antibióticos, facilitando a escolha da melhor medicação.
As infecções do trato urinário complicadas, são aquelas que ocorrem em pacientes com anormalidades anatômicas do trato urinário, ou com morbidades médicas ou cirúrgicas significativas. Dentre os fatores que tornam uma infecção do trato urinário complicada podemos destacar condições clínicas como diabetes mellitus, imunodepressão, insuficiência renal, litíase e obstruções do trato urinário. Nestas condições, a urocultura é mandatória, associada a um exame de imagem do trato urinário.
O tratamento da infecção do trato urinário é feito através de antibióticos e medicações sintomáticas. Após o tratamento, é necessária uma monitoração e modificação dos fatores de riscos para evitar uma nova infecção, tais como aumentar a ingesta de líquidos, aumentar a frequência miccional, evitar e tratar corrimento vaginal. Desta forma, pode-se evitar uma repetição do quadro infeccioso.